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União da Mocidade Adventista da Promessa

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A Descentralização Da Cruz


A palavra de Deus alerta os cristãos quanto a seus verdadeiros adversários: Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas sim contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais (Ef 6:12).

O capítulo doze do livro de Apocalipse ensina que a briga entre o bem e o mal vem da eternidade, e, com essa revelação, procura ampliar a visão espiritual dos cristãos, para que compreendam a natureza desse conflito cósmico e de todas as questões que o envolvem, a saber: uma guerra entre um grande dragão vermelho (Satanás) e uma mulher celestial (a Igreja).

Mas em que consiste a guerra do Dragão contra a Igreja? Sabedores de que, sem a cruz de Cristo, não há justificação, santificação, glorificação, enfim, não há libertação plena do reino das trevas, Satanás, seus demônios e os falsos profetas trabalham para tirar a cruz do centro da fé cristã; dentre as muitas estratégias que utilizam, destaco quatro:

1) - O MODERNISMO

Em outubro de 1993, a editora Abba Press lançou no Brasil o livro Icabode - da mente de Cristo à Consciência Moderna, de Rubem Martins Amorese. Há treze anos, Amorese procurou alertar a igreja brasileira sobre os perigosos fenômenos da vida moderna: a pluralização, a privatização e a secularização dos valores, dos princípios, das atitudes.

A PLURALIZAÇÃO: Amorese comparou o fenômeno moderno da pluralização com um grande supermercado onde se oferece uma enorme quantidade de opções para um mesmo produto: variados tipos de chocolate, de tênis, de sabonete, de relógio, de gravata, de creme dental. O consumidor escolhe a marca que mais lhe agrada, e, assim, com o passar do tempo, vai amadurecendo-lhe a consciência de que, na vida, há alternativa para tudo, uma vez que tudo é uma questão de escolha.

O mundo moderno é o da variedade, em cujas prateleiras dos supermercados os indivíduos desenvolvem uma consciência de eleição, de opção, de preferência pessoal. Para manter esta visão, a indústria sufoca os consumidores com "um novo produto", "uma nova marca"; sedimenta-se na sociedade a cultura do "lançamento", da "novidade". A propaganda faz a sua parte: cria a necessidade de consumir. As prateleiras enchem-se de produtos de todos os tipos, com embalagens irresistíveis.

A consciência plural invade a mente de tal maneira que, na falta de outras marcas, o sujeito se revolta; sem perceber, transporta essa visão para outras áreas da vida, de forma que, quando se vê sem opções em questões em que não há alternativas, rejeita a única saída existente e cria maneiras novas de pensar e viver aquela realidade. E assim os absolutos passam a ser rejeitados com uma naturalidade assustadora; verdades antes recebidas sem desconfianças, agora não passam de opção de igual valor a outras verdades criadas... princípios morais tornam-se mera questão de opção, justificados por razões estritamente particulares... é por isso que ser gay ou ser lésbica é apenas uma questão de opção; ser cristão, budista ou muçulmano é apenas questão de opção; tudo é igual; isso é pluralização.

A PRIVATIZAÇÃO: A privatização é decorrente da pluralização. Com a consciência de que tudo na vida é apenas uma questão de opção, o cidadão moderno usa a liberdade para concordar e discordar, sem que ninguém lhe diga se está certo ou errado. A vida privada é caracterizada pelo estilo "cada um na sua", sendo que as escolhas de cada um não diz respeito aos outros; as alternativas são privadas, pessoais, de exclusiva responsabilidade de cada indivíduo.

No mundo da vida privada, o que torna as pessoas comuns não é o coletivo, mas o particular, o individual, a opção; a harmonia entre as pessoas não ocorre pelo compartilhar das experiências, mas pelo respeito à opção dos outros. Esse modelo de vida é comparado a um zoológico, onde há uma variedade de vida selvagem, mas em cativeiro. Trata-se da fragmentação da comunidade, do isolamento das vidas, da individualização absoluta.

Com essa mentalidade, cada vez mais veremos pessoas revoltadas, ao verem suas opções contestadas, e em crise, por não conseguirem impor aos outros seu estilo privado; enfim, cada vez mais veremos as pessoas se afastando umas das outras com a frase símbolo da privatização: "Dá licença?". Essa é a prova definitiva de que a vida humana caminha para o egoísmo e para a solidão: "Não se meta na minha vida! Dá licença?"

A SECULARIZAÇÃO: O produto final da pluralização e da privatização é a secularização, fenômeno em que as idéias absolutas e as instituições que as representam vão perdendo cada vez mais significado, respeito e força. Mas o problema não está nas verdades absolutas, nem nas instituições, mas nas pessoas modernas que não as valorizam, em razão de suas mentes terem sido moldadas aos padrões deste século.

Na verdade, a secularização faz com que as pessoas não aceitem mais a Deus. Noutras palavras, a mente moderna rejeita o Deus da Bíblia e aceita o deus deste século, como bem afirma a Bíblia: o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus (II Co 4:4).

A secularização é a luta dos valores do mundo contra os valores do reino de Deus, levando os cristãos a uma vida de contínua tensão. Como conciliar os ensinos de Cristo com o que é ensinado nas novelas da televisão e vivido pela sociedade? Como obedecer à Bíblia num mundo regido pela lógica do mercado, pelos novos padrões de moralidade, de prestígios, de poder, vendidos aos consumidores, como se fossem uma nova religião?

Talvez Paulo estivesse vendo isso, ao admoestar a moderna igreja de Roma com estas palavras: Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. (Rm 12:1-2)

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