Este capítulo tem sido denominado o testamento do apóstolo Paulo. O apóstolo está transmitindo suas últimas palavras. Aconselha como um verdadeiro pai, seu filho na fé, Timóteo.
Ao lermos os capítulos anteriores percebemos que Timóteo era tímido por natureza e que os tempos em que ele vivia e trabalhava eram desfavoráveis.
Imagine como Timóteo deve ter estremecido ao ler a solene exortação do apóstolo para continuar pregando a Palavra. A tentação de recuar diante de tal responsabilidade (1 Tm 4.1,2) bem que poderia acontecer.
Por isso além de dar uma ordem, Paulo inclui incentivos. Pede que Timóteo olhe a três direções: primeiro para Jesus Cristo, o juiz e rei que retorna; em segundo lugar, ao cenário contemporâneo; e, em terceiro, a ele, Paulo, o idoso prisioneiro à beira do martírio.
O cenário contemporâneo –
Notemos a palavra “pois” com que se inicia esta parágrafo. Paulo fornece uma segunda base, sobre a qual apóia sua exortação. Antes da vinda de Cristo (vs 1), haverá dias negros e difíceis. Embora pareça estar prevendo que a situação piorará, é evidente, partindo do que ele havia escrito, que para Timóteo tal tempo já começara.
Como são esses tempos? Uma característica ele destaca é que as pessoas não podem suportar a verdade. Paulo expressa isso negativamente e positivamente, e declara isso duas vezes: “não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo suas próprias cobiças” (v. 3).
E se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fabulas” (v. 4). Em outras palavras, tais pessoas não podem suportar a verdade e recusam-se a ouvi-la, buscando, então, mestres que adaptem suas fantasias especulativas, nas quais estão determinados a andar.
Tudo isso tem a ver com os ouvidos daquelas pessoas, ouvidos que são mencionados duas vezes. Elas sofrem de uma condição patológica peculiar, conhecida como “coceira nos ouvidos”, ou “fome por novidades”.
Tal expressão é uma figura de linguagem para aquele tipo de curiosidade que está ávido por saber casos picantes e interessantes. Além disso, esta coceira é abrandada pelas mensagens dos novos mestres. Na prática, o que tais pessoas fazem é fechar os ouvidos à verdade (cf. At 7.57) e abri-los a qualquer mestre que alivie sua coceira, coçando-a.
Notemos que o que rejeitam é a “sã doutrina” (v.3) ou “a verdade” (v.4), e o que preferem são “as suas próprias cobiças” (v.3) ou “fábulas” (v.4). Desse modo, substituem a revelação divina por suas fantasias.
O critério pelo qual julgam os mestres não é (como deveria ser) a Palavra de Deus, mas o seu próprio gosto subjetivo. Ainda mais, não ouvem primeiro para depois decidir se o que ouviram é verdade; primeiro decidem o que querem ouvir e depois escolhem mestres que são obrigados a manter o padrão por eles exigido.
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Um comentário:
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