por: Eduardo Paglioni
A Televisão que o diga. Não há qualquer segurança de que teremos bom entretenimento, seja lá qual for o horário que estivermos á frente dela.
Certo dia, madruguei. Acordei antes do galo, entre minhas idas e vindas ao quarto para me aprontar pro serviço, liguei a televisão para ver se o mundo estava pegando fogo. Deparei-me com uma enxurrada de programas pseudo-evangélicos, mas um deles me chamou atenção. Parei por alguns minutos para assisti-lo.
Era um culto, a quem eu não sei, mas estavam no final. O senhor que estava em cima do palco (palco mesmo) era o auto-intitulado Apóstolo. Legal, até aí nada de diferente entre os 10 canais que passavam a mesma coisa. O que me chamou a atenção foi o fato de pessoas já nem quererem mais a oração dele e sim seus pertences.
Não estou falando de relógios Rolex ou ternos Armani, estou falando mesmo é de toalhinha molhada de suor, gravata abençoada e se possível até a meia ungida.
Tinha fiel se batendo por causa da gravata do Apóstolo. Hora ou outra, enquanto o homem de Deus (qual Deus eu não sei) sorteava o lenço da benção, que carregava no bolso do terno, subia uma criança ou outra para que ele a abençoasse. A benção consistia apenas no ungido colocar o rebelo debaixo das axilas e segura-la ali por alguns instantes. Mas é claro que não eram só as crianças que queriam a benção, uma fiel também queria, mas como não conseguiu subir ao palco mandou uma criança, provável sua filha ou neta, ir buscar a benção da mão do mensageiro dos céus. Palavras dele: “Vai! Leve a benção pra ela!”
Há tempos o povo precisa de mensageiros do céu, alguém qual os olhos vêem e possam se espelhar o próprio cristo, ou como dizem agora um próprio apóstolo. Precisamos de mensageiros de deus em qualquer religião, mas não nos interessamos em qualquer compromisso com quem cria a mensagem.
Se uma pessoa é mensageira, tem alguém que criou a mensagem. Quantos desses programas realmente se embasam na bíblia, mensagem original criada e protegida por nosso verdadeiro Deus. Precisamos, também, é de compromisso com a fé verdadeira, a fé real, que crê, mas não subjuga a vontade de Deus.
Não obriga Deus a nos entregar a benção, não empurra Deus contra a parede e diz: meu vizinho tem um carro do ano, eu tenho que ter um carro do ano que vem, pois sou servo de Deus e tenho que ter o melhor dos melhores.
Algumas coisas me decepcionam, outras me entristecem. Entristece-me ver pessoas saírem aos montes de igrejas católicas, de centros espíritas e sociedades secretas, cansadas dos dogmas e inverdades pregadas nessas instituições e irem para igrejas evangélicas cujo nome não honra. Nem devem abrir o evangelho, quanto mais serem seus seguidores.
Não que eu seja um xiita cristão, mas onde está o firme fundamento da fé? Se esses fiéis precisam guardar o lenço abençoado ou a toalha encharcada de suor, qual é a benção que isso os trará? Quando estiverem diante do Justo Juiz dirão: eis aqui meu passaporte, o lenço da vitória! Deixem me adentrar os portões da nova Jerusalém!
O próprio Deus se exalta com qualquer manifestação de idolatria, o próprio Cristo, em carne, se exaltava a qualquer manifestação de idolatria a coisas que estão na terra, ou debaixo dela. Não se enganem co-irmãos, quando pedires algo, peçam a Deus, peçam ao único que pode vos dar, peçam e agradeçam pela soberania de nosso criador em dar ou não, pois como diria o servo Jó:
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